Ato reforçou o combate antirracista e celebrou a abertura do Novembro Negro
O Recife Antigo foi tomado pela população de terreiro Pernambucana, que com roupas brancas, celebrou a abertura do Novembro Negro. Na Caminhada dos Terreiros de Pernambuco, nesta quarta (01), a comunidade religiosa de matrizes africanas se mobilizou num percurso do Marco Zero até o Pátio de São Pedro. Em sua 17ª edição, o ato buscou expandir o espaço e mostrar a força da cultura afro-brasileira na sociedade, reforçando o combate antirracista e ao racismo religioso.
Neste Dia de Todos os Santos (01/11), a população de terreiro celebrou através de cantos do candomblé e culto a Jurema. Neste ano, a Caminhada se prestou a homenagear, entre outras menções, o Dia Nacional de Combate ao Racismo (18/11), o Dia Nacional das Tradições de Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé, além de figuras como a Mãe Nininha, o senador Humberto Costa e o Presidente Lula.
“Ser uma pessoa que cuida do combate ao racismo é se reconhecer como alguém que saiu de sua vida pessoal e está enfrentando o mundo a fora. Minha vida é muito dedicada à quebra do preconceito. Nosso povo e os terreiros precisam alavancar forças. Estou mais neste lugar de antirracista do que de sacerdotiza de matriz africana, entendendo que é algo que lá na frente vamos conquistar. Meu descendente não pode viver racismo!”, prospectou a ialorixá Mãe Elza.
A deputada Dani Portela marcou presença na Caminhada para reforçar seu apoio à luta. “Promover a liberdade de culto é uma das missões do nosso mandato. O que as pessoas chamam de intolerância religiosa na maioria das vezes tem cor. É importante dar nome ao racismo religioso para além de combater, fortalecer os corpos que sofrem com isso. A Caminhada é um movimento fundamental para esta garantia de direitos e respeito às religiões de matrizes africanas”, ressaltou.
Em agosto deste ano, o mandato da parlamentar aprovou o PL 407/2023, criando a Lei Nº 18.265, que estabelece o Dia Estadual das Tradições das Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé. Seguem em tramitação, o PL 387/2023, que pretende instalar um Observatório de Racismo Religioso, com o objetivo de recolher denúncias, dados sobre o tema, acolher vítimas e promover a igualdade religiosa; e o PLO 484/2023, com o propósito de instituir a Política Estadual de Combate ao Racismo Religioso em Pernambuco.